Embrapa Pantanal leva certificação de fazendas sustentáveis à COP30
Programa quer mostrar aos participantes da COP30 que pecuária no Pantanal é sustentável e ajuda bioma a ter 83% de área preservada.
Mais de 500 mil hectares de terra em Mato Grosso e 110 mil em Mato Grosso do Sul receberam certificação da Embrapa Pantanal e podem ser consideradas propriedades sustentáveis. O programa Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS), criado em 2018, é um software com metodologia para avaliar os aspectos ambiental, sociocultural e econômico dentro das fazendas.

Em entrevista a equipe do Primeira Página, o pesquisador e coordenador de articulação regional da FPS, André Restel, informou que o maior diferencial do programa é apresentar a pecuária como meio de conservação, apesar de parecer algo que vai na contramão de tudo que se faz nos outros biomas.
“O Pantanal tem aptidão natural para a pecuária, é uma paisagem mosaicada naturalmente, com campo, com disponibilidade de água. Então essa atividade que vem sendo desenvolvida há 300 anos, conseguiu manter 83% de vegetação nativa. A gente vê que o pantaneiro em si, têm um sistema de criação muito integrado com o ambiente, feito de uma maneira com baixo impacto”, afirma.
Por meio da certificação “Fazenda Pantaneira Sustentável”, a empresa rural consegue constatar a aplicação de métodos ESG (Environmental, Social, Governance), o que agrega valor a propriedade e seus produtos, além de possibilitar ao produtor concorrer à prêmios nacionais e internacionais.
Critérios
No critério ambiental, são levadas em consideração as paisagens e conectividade, o habitat e a proteção. Já no econômico, são observados o bem-estar e manejo nutricional, desempenho produtivo e gestão. E por último, o sociocultural, afere as questões de trabalho, qualidade de vida e valor cultural.
O projeto piloto, em Mato Grosso, começou com 15 propriedades. Atualmente, 77 fazendas são certificadas no estado. A previsão é que até o ano que vem, 150 se tornem sustentáveis.
Já em Mato Grosso do Sul, o programa foi inaugurado em 2025, certificou 8 propriedades e até o final deste ano há expectativa para certificação de 20 fazendas pantaneiras.
Devido às diferentes características das sub-regiões pantaneiras, a plataforma abrange diferentes requisitos para cada área, a partir de indicadores científicos voltados a sustentabilidade. A avaliação das propriedades é realizada por técnicos selecionados pela Embrapa Pantanal.
“Quando a ferramenta entra numa propriedade, a gente gera um primeiro diagnóstico, uma foto de como essa propriedade funciona dentro dos três eixos da sustentabilidade ambiental, sociocultural e econômico, e vai apontando para o produtor os caminhos para alcançar um patamar mais harmônico e que possa manter o Pantana como o bioma mais conservado do Brasil”, explica André.
Os modelos de análise feitos em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são distintos, mas já há estudos para unificar e integrar o formato entre os dois estados que contemplam o bioma pantaneiro.

COP30 2025
O programa Fazenda Pantaneira Sustentável (FPS) será mostrado ao mundo na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, no Pará.
A apresentação será em 12 de novembro, Dia do Pantanal, no estande da Confederação Nacional de Agricultura (CNA).
A COP30 deve reunir representantes de quase 200 países, para discutir soluções contra o aquecimento global, revisar acordos passados e estabelecer novas metas de combater a crise climática.
O evento mais importante sobre clima será realizado de 10 a 21 de novembro.
Barreiras Tarifárias
Diante das possíveis barreira tarifárias da União Europeia relacionadas a rastreabilidade de produtos sustentáveis, a certificação feita pelo Programa FPS, possibilita a comprovação de que o produto foi feito em um local que preza pelas práticas de conservação ambiental.
Confira o que André Restel falou em entrevista sobre a blindagem que o programa oferece ao produto:
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