Canguçu: a onça gigante do Pantanal é uma das maiores do Brasil
As onças-pintadas que vivem no Pantanal são as maiores e mais robustas do Brasil e também as mais poderosas. Enquanto as da Amazônia costumam pesar cerca de 60 kg, as pantaneiras podem facilmente ultrapassar os 120 kg
As onças-pintadas que vivem no Pantanal são as maiores e mais robustas do Brasil e também as mais poderosas. Enquanto as da Amazônia costumam pesar cerca de 60 kg, as pantaneiras podem facilmente ultrapassar os 120 kg. Há registros de machos chegando a 138 kg, segundo o biólogo Henrique Abrahão-Charles.
Já o professor e pesquisador Manoel Santos explica que no Pantanal existe também a maior subespécie de todas, também chamada de onça Canguçu, que em tupi guarani significa cabeça grande.

“É uma diferença brutal. As onças do Pantanal parecem verdadeiros leões, de tão imponentes”, descreve o biólogo. Ele lembra que até mesmo uma onça de 94 kg seria considerada magra para os padrões pantaneiros, mas extremamente forte para a Amazônia.
O especialista explicou que essa variação está diretamente ligada ao ambiente e à alimentação.
No Pantanal, há uma abundância enorme de presas grandes, como veado-do-pantanal, queixada, capivara e jacaré. Todos esses animais são como um banquete para os felinos, que estão sempre bem nutridos. Ainda segundo Henrique, isso permite que eles cresçam mais e mantenham uma estrutura corporal muito robusta.
Diferença entre ambientes
Enquanto o Pantanal é uma planície aberta, com áreas alagadas e longas distâncias, a Amazônia é uma floresta densa e fechada. Essa diferença faz toda a diferença na evolução dos animais.
Pois em ambientes abertos, os animais tendem a ser maiores, porque precisam percorrer longas distâncias e caçar presas grandes. Já na floresta, é mais vantajoso ser menor e mais ágil, capaz de se deslocar entre cipós, galhos e troncos, assim como funciona na seleção natural, o mecanismo evolutivo proposto por Charles Darwin.
Segundo o biólogo Leandro Silveira — reconhecido internacionalmente pelos estudos sobre onças-pintadas —, essa adaptação ecológica é o que explica a enorme diferença entre os dois biomas. “Uma onça do Pantanal, se fosse colocada na Amazônia, teria dificuldade para se mover e caçar naquele ambiente fechado”, destaca.
Onças-pretas só na floresta
Outro dado curioso é que não há registros de onças-pretas (melânicas) no Pantanal.
“É um dado muito interessante. Animais de grande porte e coloração escura não se dão bem em áreas abertas e quentes. Além disso, ficariam muito visíveis durante o dia. Já nas florestas, a coloração escura ajuda na camuflagem e na caça”, explica Henrique.
Ciência brasileira em destaque
Henrique também aproveita para destacar o trabalho de cientistas brasileiros que se dedicam ao estudo das onças e da fauna nacional.
“A gente precisa valorizar os nossos pesquisadores. O Leandro, por exemplo, é o maior especialista do mundo em onça-pintada. Ele e sua equipe do Instituto Onça-Pintada fazem um trabalho incrível de conservação e resgate. É ciência brasileira de ponta”, afirma.
O biólogo reforça que conhecer essas diferenças é essencial para preservar cada espécie dentro de seu ambiente. “As onças do Pantanal são um símbolo de força e equilíbrio ecológico. Entender como elas vivem é fundamental para protegê-las.”
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