Onça Nina engana macho para proteger filhotes
Veterinário registra momento raro em que a onça-pintada demonstra comportamento estratégico para defender seus filhotes no Pantanal.
Uma das onças mais conhecidas do Pantanal, Nina, foi flagrada em um momento que revela a inteligência e o instinto materno da espécie. O registro foi feito pelo veterinário Paul Raad, coordenador do Impacto Instituto, que atua na convivência entre onças e comunidades locais. Nas imagens, publicadas em seu perfil no Instagram, Nina aparece caminhando com olhar atento e postura firme, mas, segundo o pesquisador, ela “estava tramando algo”.
“Ela não está apenas esturrando, ela tem um plano em mente”, escreveu Raad. O veterinário explica que Nina havia sentido o cheiro de um macho nas proximidades de seu território, o mesmo local onde estão escondidos seus filhotes. Para protegê-los, ela iniciou um comportamento sutil e estratégico: desviou a atenção do intruso, conduzindo-o para longe da área onde os pequenos estavam.
O gesto é um exemplo da complexidade comportamental das onças-pintadas. Fêmeas que têm filhotes desenvolvem mecanismos de defesa que vão muito além da força física, envolvem observação, cálculo de distância, percepção olfativa e até simulações de comportamento. No caso de Nina, a “encenação” de que apenas caminhava tranquila é, na verdade, uma tática de proteção.
“A rainha sentiu o cheiro de um macho nas proximidades do seu território, o mesmo onde estão seus tesouros mais preciosos”, escreveu Raad, chamando Nina de “nossa Rainha”.

A onça é monitorada há anos pelo instituto e se tornou um símbolo da coexistência entre humanos e grandes felinos no bioma. Nina sobreviveu a períodos críticos de seca e incêndios no Pantanal e hoje representa o sucesso dos projetos de conservação que combinam pesquisa científica e educação ambiental junto às comunidades ribeirinhas.
O registro faz parte do trabalho contínuo do Impacto Instituto, que documenta o comportamento das onças-pintadas e desenvolve ações para reduzir conflitos com pecuaristas, uma das principais ameaças à espécie. O objetivo é mostrar que convivência é possível e que cada gesto no ambiente natural tem um significado.
As imagens de Nina caminharam pelas redes e emocionaram quem acompanha seu legado. “Ela é mais do que uma onça”, diz Raad. “É uma mãe que protege, uma sobrevivente e um símbolo da força do Pantanal”.
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