Onça-parda Tupã precisa de R$ 200 mil para voltar ao Pantanal

Tupã precisa ser equipado com um colar de monitoramento por satélite e outros dispositivos que vão permitir acompanhar os movimentos dele.

Tupã, uma onça-parda resgatada ainda filhote em 2023 após a mãe ter supostamente sido vítima de caça, no Pantanal mato-grossense, passou quase dois anos sob os cuidados do Instituto Ampara Animal e agora está totalmente recuperada para retornar ao habitat natural.

Onca parda Tupa
Onça-parda Tupã precisa de R$ 200 mil para voltar ao Pantanal. (Foto: Ampara Silvestre)

Segundo o instituto, desde que chegou à Base de Atendimento Ampara Pantanal (BAAP), no norte do bioma, Tupã recebeu uma dieta especial e passou por um intenso processo de reabilitação para reaprender comportamentos típicos da espécie, como caçar, escalar e se proteger.

Onça-parda Tupã resgatada filhote no Pantanal, está pronta para voltar à natureza (Foto: Ampara Silvestre)

“A gente esconde a alimentação, pendura no alto, coloca dentro da água. Tudo para simular as dificuldades que ele terá em vida livre”, explicou o veterinário Jorge Salomão, responsável pelo acompanhamento do felino.

Fundamental para o equilíbrio do Pantanal

A presidente e fundadora do Ampara Animal, Juliana Camargo, ressalta a importância ecológica de devolver um animal de topo de cadeia alimentar ao ambiente natural.

“Estamos falando de um grande predador, essencial para o equilíbrio da cadeia alimentar. Na região de Porto Jofre, a incidência de onças-pardas é muito menor do que a de onças-pintadas. Por isso, cada indivíduo saudável solto faz diferença para a conservação da espécie”, afirma.

Além de manter o equilíbrio do ecossistema, a presença de onças saudáveis reforça o potencial turístico e a geração de renda para as comunidades locais.

Monitoramento caro, mas indispensável

Onca parda Tupa esta prestes a voltar a Natureza Foto Ampara Silvestre
Onça-parda Tupã esta prestes a voltar à Natureza | Foto: Ampara Silvestre

Antes de ganhar novamente a liberdade, Tupã precisa ser equipado com um colar de monitoramento por satélite e outros dispositivos que vão permitir acompanhar os movimentos dele e avaliar se a reintegração deu certo. Esse trabalho de vigilância pós-soltura é considerado fundamental para entender o comportamento do animal e planejar futuras reintroduções.

O custo para garantir essa segurança, no entanto, é alto: cerca de R$ 200 mil apenas para os equipamentos, segundo o Ampara Silvestre. “Não basta soltar e não saber o que acontece depois. O monitoramento é o que nos dá a real dimensão do sucesso do nosso trabalho”, afirma Juliana.

Para custear a soltura de Tupã, o instituto lançou a campanha ‘Guardiões do Pantanal’ para arrecadar dinheiro. Com as doações, serão adquiridos o colar, a antena e outros insumos necessários para a devolução do felino à natureza. A cada real doado, a plataforma parceira Gift Aid dobra o valor, tornando a meta mais próxima.

Os recursos também ajudam a manter a BAAP, única base de atendimento e reabilitação de animais silvestres do Pantanal Norte, e outros projetos em andamento, como a reintrodução de tamanduás-bandeira e ações emergenciais durante queimadas. As doações podem ser feitas no site oficial do Ampara.

“É uma forma de todo mundo participar. Quem apoia essa causa ajuda não só o Tupã, mas todo um trabalho contínuo de resgate e reabilitação da fauna pantaneira”, diz a fundadora do instituto.

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Comentários (2)

  • Avenir f. M. Araujo

    Tantos brasileiros ser humano precisando de medicação e não tem , agirá vcs vem dizer em dinheiro oara transportar onça para pantanal, espero que suas crias passem oela farra de medicação e que tenham dinheiro para transportar animais para o local deles e o restante vcs sabem o final idiotas?

  • Regina godoy

    Gente que pessoa mais infeliz.. aff….. Vamos lutar para que a onça consiga esse valor afinal. Ela vale mais que muita gente viu

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