Arthur ganhou identidade e vida mais leve com documentos novos
Escritor e estudante de Biologia, de 25 anos, conseguiu ter o nome que escolheu para si oficialmente nos documentos em 2022 e, desde então, vida ficou menos burocrática
O que muda na vida de um homem trans quando ele consegue ter o nome que escolheu para si oficialmente nos documentos? “Tudo”, responde o escritor e estudante de biologia, Arthur Andrade Belini, 25 anos, enfatizando que viver uma vida mais leve e menos burocrática desde a mudança realizada no ano passado.

Em janeiro de 2022, o Primeira Página publicou a história de amor e luta envolvendo o pedido de retificação do nome. Um ano depois, a reportagem volta a conversar com o Arthur para entender o significado dessa mudança.
“Quando eu peguei os meus documentos retificados foi como se várias muralhas, vários obstáculos desaparecessem da minha frente”.
Arthur Andrade Belini
Arthur lembra das vezes em que teve de explicar sobre a transição porque ele fez as mudanças físicas antes das sociais. Ou seja, ele já estava com a aparência masculina, mas com o nome morto (aquele anterior a transição) nos documentos.

“Quando eu peguei os documentos vários desses obstáculos desapareceram. Agora é fácil chegar em um banco e falar que quero abrir uma conta sem fazer milhares de explicações”, declara Arthur, reforçando que a vida ficou mais fácil após a mudança.
“A vida se torna muito menos cansativa a partir do momento em que os seus documentos e o seu nome são a mesma coisa”.
Arthur Andrade Belini
Da primeira gravata à mudança de nome
Arthur começou a se enxergar como homem trans entre 2018 e 2019, quando passou a saber mais sobre o assunto. No entanto, a primeira manifestação para a mãe aconteceu no fim de 2019. Durante uma viagem ao Reino Unido, o estudante fez um pedido: queria ganhar uma gravata e uma camisa de presente.

“Ele me perguntou: ‘você vai me dar presente no Natal? Você pode me dar uma gravata? Uma camisa?’ A gente estava em Londres, é uma excentricidade, então eu nem questionei, e dei”, lembra a mãe, a professora aposentada e poetisa Sandra Andrade.
Cinco meses depois da viagem, o filho bateu à porta do quarto e contou para Sandra que ele era Arthur, nome que escolheu inspirado na história do Rei Arthur.
Sandra lembra que ao ouvir o filho pensou apenas no sofrimento que ele deve ter passado na adolescência, mas, este nem foi o momento mais marcante para ela. Segundo Sandra, um dos momentos mais intensos da história dos dois ocorreu quando eles foram ao cartório pedir um novo registro. “Esse dia foi forte. Não foi como se eu estivesse perdendo alguém. Eu estava ganhando outra vez. Era um ganho a mais na minha vida. Ganhei ele duas vezes”, finalizou Sandra.
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