Motorista carrega Taz no banco da frente para evitar passageiro sem noção

“Ele é da família”, brinca o motorista de aplicativo, Felipe Batista Romeiro, 32 anos, ao falar sobre Taz-Mania. O bicho de pelúcia roda com ele há dois anos no banco da frente do carro, justamente para evitar que os passageiros desrespeitem uma das regras de biossegurança para diminuir as chances de contágio por covid-19.  

A medida bem humorada surgiu após Felipe reclamar com a mãe que não aguentava mais solicitar que os passageiros fossem para o banco de trás. “Muitos olhavam torto”, relembra. 

“Eu comecei a rodar com Taz faz dois anos. Eu o coloquei porque devido a pandemia, tem muito passageiro que não obedece. A pessoa fala que não sabe das recomendações, como não andar no banco do passageiro da frente e usar máscara. Eu estava cansado de toda vez ter que falar com o passageiro”, complementa.

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20 anos na família

Foi quando a mãe de Felipe sugeriu colocar Taz no banco, dando uma nova tarefa ao bichinho de pelúcia que está há quase 20 anos na família.

“Pensei que todo mundo fosse dar risada da minha cara, mas o Taz é um desenho antigo, não tem uma pessoa que não goste dele, é muito democrático. Eu o coloquei e ele me deu o respaldo oposto do que eu pensava. O Taz já tirou foto com um monte de gente, tem passageiro que falou para eu fazer um Instagram para ele”, ri o motorista.

Desde então, Taz-Mania nunca mais saiu do banco da frente do carro, só para tomar banho. Anda de cinto de segurança e até de máscara já circulou pelas ruas. “Ele é da família já, tanto que você não acha esse Taz para vender, acha pelúcia pequena, mas do tamanho desse que eu tenho, não acha”, defende. 

Felipe diz que a pelúcia também trouxe um pouco de alegria para o cotidiano nas ruas de Campo Grande. “Além de fazer bem para a pessoa, faz bem para mim, porque eu consigo tirar nem que seja um sorriso do passageiro. Então, tudo que acrescenta na vida de alguém positivamente, faz bem para a gente também”, acredita. 

Antes de rodar pela cidade ao lado de Taz, Felipe trabalhou como vendedor em concessionárias e lojas de calçados. “Decidi trabalhar como motorista porque eu queria ter mais tempo pra mim, para fazer o que eu queria. Eu gosto de dirigir, sempre gostei de carro, então estar envolvido com o que eu gosto, faz a diferença. Se tem uma coisa que eu aprendi é que se faz alguma coisa que gosta, você não trabalha, você se diverte. Eu estou ganhando para me divertir”, ressalta.