Mulher conta como superou trauma após descobrir aos 20 anos que foi sequestrada bebê

Aos 20 anos, Isabela Nogueira da Silva descobriu uma verdade que mudou sua vida para sempre: ela havia sido tirada da maternidade ainda recém-nascida por quem acreditava ser sua mãe. O impacto da revelação poderia ter deixado marcas incuráveis, mas foi no calor do fogão, entre cheiros e memórias da infância, que ela encontrou uma forma de cura — e perdão.

Natural do Maranhão, Isabela vive hoje em Cuiabá, onde mantém viva a lembrança de quem a criou por meio de uma receita simples, mas carregada de afeto: um creme gelado de abacaxi.

“Foi ela quem me ensinou. A mãe que me criou sempre foi boleira, doceira… eu fui criada na beira do fogão desde os meus quatro anos”, contou emocionada durante o quadro Receita de Família, exibido pela TV Centro América. Veja a receita no vídeo abaixo:

A história de Isabela começou com um parto de emergência: sua mãe biológica sofreu uma crise grave de eclâmpsia, foi internada na UTI e ficou inconsciente. A bebê recém-nascida foi levada por uma mulher que trabalhava para a família como empregada doméstica. 

A verdade só veio à tona duas décadas depois. O choque foi devastador. “Criei um ódio tão grande dentro de mim, eu não queria nem ouvir a voz dela”, conta Isabela sobre o momento em que descobriu que foi levada da própria mãe. 

Tempo trouxe o perdão

Mas o tempo, a fé e a força da memória afetiva foram ingredientes fundamentais para que a jovem reconstruísse seu caminho — e encontrasse a paz.

A reconciliação com a mãe que a criou aconteceu em um reencontro emocionante, após dois anos sem contato. “Ela não andava mais. Ali eu vi o que realmente significa a palavra milagre: quando falei ‘mãe’, ela se levantou pela primeira vez, ajoelhou e me pediu perdão.”

O encontro com a mãe biológica foi promovido pela mãe adotiva. “Filha eu orei tanto para te encontrar”, essa foi uma das primeiras coisas que ela ouviu da mãe biológica e agora ela Isabela conta ter duas famílias.

Receita de infância

A mãe que criou foi também a que a ensinou a fazer o “creme de abacaxi revirado”, sobremesa que hoje é símbolo de afeto, memória e superação.

“É maravilhoso para qualquer tipo de evento, mas para mim é uma receita que carrega história. Me lembra de onde vim, quem me criou, e de como o perdão pode transformar vidas”, afirma.

Hoje, Isabela carrega em si duas histórias: a de quem foi levada e a de quem decidiu perdoar. E no sabor doce da sobremesa, ela compartilha com o mundo a lição mais poderosa que aprendeu: o amor é capaz de reescrever qualquer receita de vida.

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