CDL aponta queda de até 36% nas vendas durante obras do BRT em Cuiabá
Levantamento mostra que 87% dos lojistas da Avenida do CPA foram afetados pelas intervenções e que parte das empresas precisou demitir funcionários.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL) apontou uma queda média de 36% no volume de vendas entre os comerciantes da Avenida do CPA desde o início das obras do sistema BRT (Bus Rapid Transit). O levantamento mostra que 87% dos lojistas registraram redução no faturamento e duas a cada dez empresas precisaram demitir funcionários para conter prejuízos.
Com o avanço das obras em direção à Avenida Prainha, o setor produtivo se mobiliza para evitar novos impactos. Nessa segunda-feira (6), representantes da CDL se reuniram com a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) e obtiveram o compromisso de que um cronograma detalhado das obras será apresentado nos próximos dias.

De acordo com o presidente da entidade, Júnior Macagnam, o trecho da Prainha preocupa mais devido ao grande fluxo de pessoas e veículos e à proximidade com outras intervenções já em andamento, como as executadas pela Águas Cuiabá na rede de esgoto.
Setor produtivo pede previsibilidade
O encontro contou com a participação de empresários da Avenida Prainha, que demonstraram incerteza sobre como adaptar o funcionamento das lojas durante a próxima etapa das obras. Para a CDL, a definição do calendário é essencial para que o comércio possa planejar estoques, férias de funcionários e estratégias alternativas de atendimento, como delivery e horários reduzidos.
A secretaria estadual informou que uma reunião ampliada será convocada com representantes da CDL, Fecomércio, Associação Comercial de Cuiabá e Águas Cuiabá para discutir o impacto das intervenções e apresentar o cronograma atualizado. A data ainda será definida.
Prejuízos anteriores acendem alerta
Em fevereiro, a CDL já havia divulgado que o comércio da Avenida do CPA foi um dos mais afetados pelas mudanças na mobilidade urbana provocadas pelas obras do BRT. As dificuldades de acesso, o bloqueio de vias e a redução no fluxo de pedestres resultaram em perda de clientes e aumento de custos operacionais.
Empresários que participaram da reunião reforçaram a necessidade de diálogo e planejamento prévio para que o cenário não se repita na Prainha. Estiveram presentes Washington Miranda (Livraria Janina), Manoel Procópio (Ótica Cristal) e Edmilson Souza Alves (Mega Som).

O andamento das obras do BRT
O Sistema BRT (Bus Rapid Transit) está em implantação em Cuiabá e Várzea Grande com o objetivo de oferecer um transporte coletivo mais rápido, seguro e eficiente para a população. O projeto prevê corredores exclusivos para ônibus de alta capacidade, estações modernas, integração com outros modais e melhorias urbanas ao longo do trajeto, como a construção de um parque linear e a requalificação de calçadas.
O sistema é composto por dois corredores principais. O primeiro liga o Terminal de Várzea Grande ao Terminal do CPA, passando pela Avenida da FEB, o centro de Cuiabá e a Avenida Prainha. O segundo corredor sai do Terminal do Coxipó, próximo ao viaduto do Parque Cuiabá, e segue pela Avenida Fernando Corrêa da Costa até o centro da capital.
O projeto inclui ainda cinco linhas de ônibus, sendo duas paradoras e três expressas, além da implantação do Parque Linear da Avenida Rubens de Mendonça, que terá 6,2 km de extensão, ciclovia, pista de caminhada e áreas de lazer com espécies nativas do Cerrado.
As obras foram inicialmente contratadas em 2022 e passaram por reestruturação contratual em 2025. Atualmente, a execução está dividida entre o Consórcio Construtor BRT e o Consórcio Integra BRT. O primeiro é responsável por correções e finalizações em trechos de Várzea Grande e da Avenida do CPA, enquanto o segundo atua em pontos como a Praça Ulisses Guimarães, a Avenida XV de Novembro e a Prainha, próximo ao Colégio São Gonçalo.
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