Nova faixa de isenção do IR: "Mais dinheiro no bolso?" Nem sempre...
Mas antes de se empolgar, vale fazer uma pausa e fazer as contas. Porque quando o governo “dá” de um lado, normalmente tira do outro.
Essa semana, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Muita gente comemorou. Afinal, quem não gosta da ideia de pagar menos imposto e ver o salário render um pouco mais, não é?
Mas antes de se empolgar, vale fazer uma pausa e, como eu sempre digo, fazer as contas. Porque quando o governo “dá” de um lado, normalmente tira do outro.

Pelo menos à primeira vista, a notícia parece boa. Essa mudança deve colocar um dinheirinho extra no bolso de milhões de brasileiros. Para quem ganha até R$ 5 mil, pode representar algo entre R$ 50 e R$ 150 a mais por mês, o que, convenhamos, ajuda no supermercado ou na conta de luz.
O problema é que o dinheiro que o governo deixa de arrecadar não some por encanto. Ele precisa fechar as contas de alguma forma, e é aí que mora o risco. Para cobrir o buraco, o governo entra no mesmo dilema de qualquer família que gasta mais do que ganha: precisa pegar emprestado.
É o mesmo que você faz quando a grana aperta e você usa o limite do cartão de crédito ou o cheque especial. O banco até empresta, mas cobra juros, e quanto mais você se endivida, mais caro fica. Com o governo é igual. Quanto mais ele precisa pegar emprestado, mais precisa pagar de volta para quem empresta, e isso faz os juros de toda a economia subirem.
E juros altos afetam a vida de todo mundo:
- O empréstimo para o seu carro ou a sua casa fica mais caro.
- O rotativo do seu cartão de crédito explode.
- As empresas param de investir e de crescer, o que pode gerar menos empregos.
No fim, aquele “dinheirinho extra” que entrou no seu salário pode se dissolver no aumento dos preços e no custo de vida que continua crescendo.
Outro ponto importante é o efeito psicológico da medida. Quando as pessoas sentem que têm mais dinheiro, a tendência natural é, infelizmente, gastar ainda mais e não investir. E se o consumo cresce sem aumento real de produtividade, o resultado é o mesmo de sempre: inflação.
Ou seja, o benefício que parecia bom para o bolso pode virar um tiro no pé da economia.
No fim das contas, a notícia da isenção do IR é uma boa notícia para quem está sufocado. Mas é preciso olhar além do alívio imediato. O que parece um “benefício” hoje pode acabar aumentando o custo de vida de todos lá na frente.
Por isso, lembre-se: o governo não cria riqueza, ele a redistribui. E toda redistribuição tem um preço. A pergunta que fica é: você vai gastar o que “sobrou” ou vai aproveitar esse respiro para fortalecer sua reserva e se preparar para o próximo movimento da economia?
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