Selic em 15%: como essa taxa mexe com o seu bolso?
Com os juros em 15%, as parcelas da casa, do carro e até do cartão ficam mais pesadas
A taxa Selic, conhecida como a taxa básica de juros do Brasil, é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação e orientar a economia. Ela influencia desde o custo dos empréstimos e financiamentos até a rentabilidade das aplicações financeiras. Uma única decisão sobre a Selic pode aumentar ou reduzir o valor das parcelas da casa, do carro e até do cheque especial dos brasileiros.
Agora, o Comitê de Política Monetária (Copom), decidiu mantê-la em 15% ao ano, um patamar que coloca o país entre os que mais pagam juros reais no mundo, e isso poderá mexer com o bolso de todos os brasileiros.

A economista Veneranda Acosta, explica que a Selic é a taxa de juros oficial do país, definida pelo Banco Central. Todo país tem uma instituição responsável por essa decisão e, no caso do Brasil, quem define é o Copom.
Segundo ela, até o governo Bolsonaro a política monetária era conduzida pelo Ministério da Fazenda. Mas, em 2021 o Banco Central ganhou autonomia. Nesse novo modelo, o presidente da instituição só pode ser retirado do cargo com aval do Senado. Para Veneranda, isso mudou a dinâmica da política econômica.
Quando a Selic está em alta, os títulos públicos passam a render mais porque todos eles usam essa taxa como referência. O Tesouro Selic é o exemplo mais conhecido, além de ser seguro, permite resgate a qualquer momento.
Impacto nos investimentos
Na prática, quem investe R$ 1 milhão nesse título recebe algo em torno de R$ 150 mil por ano, cerca de R$ 12,5 mil por mês. Como o rendimento é garantido, muitos preferem a segurança da renda fixa e deixam de lado opções mais arriscadas, como ações ou fundos imobiliários.
Se por um lado, a Selic alta aumenta o rendimento dos investimentos, por outro pesa para quem precisa de crédito. Isso acontece porque os bancos usam a taxa como referência para definir o que vão cobrar nos empréstimos e financiamentos.

Por que a taxa não caiu?
O Copom manteve a Selic em 15% porque a inflação continua alta e o cenário é de incerteza no Brasil e no mundo.
No país, os preços ainda sobem mais do que a meta do governo permite, e o mercado de trabalho aquecido pressiona os serviços a ficarem mais caros. No mercado internacional, a economia dos Estados Unidos, o dólar e as crises geopolíticas trazem riscos que também influenciam o país.
Por isso, o Banco Central decidiu segurar os juros nesse patamar elevado. A ideia é frear a inflação, mesmo que isso torne o crédito mais caro e o crescimento da economia mais lento por um tempo.
Segundo a economista, a Selic funciona como uma espécie de piso. Se o Copom define, por exemplo, que os juros do país estão em 15% ao ano, o equivalente a 1,25% ao mês, os bancos não vão cobrar menos do que isso. “O sistema bancário acaba tendo como referência os 15% ao ano. Não significa que vão cobrar só isso, mas é o mínimo que acompanha o mercado”, explica.
Por exemplo, na prática, um consignado, que deveria girar em torno de 1,25% ao mês, acaba custando 1,6% ou até 1,8%. Se a Selic cai para 8% ao ano, o juro mensal também diminui, mas nunca na mesma proporção. Assim, quando a Selic está alta, tudo fica mais caro, o financiamento da casa, do carro, o cheque especial e até o cartão de crédito.
Reflexos nas empresas
Esse efeito também alcança as empresas, o custo elevado do crédito encarece investimentos, freia planos de expansão e aumenta a cautela dos empreendedores. Muitos negócios acabam adiando contratações ou apostando em gestão mais rígida de caixa para atravessar períodos de juros altos.
A taxa acaba funcionando como referência para o sistema, que orienta os bancos sobre quanto cobrar dos clientes e, ao mesmo tempo, define quanto os investidores vão receber ao comprar títulos públicos.
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