Colombiana é absolvida por fazer arte dos ossos de animais atropelados
Juiz entendeu que o processo contra a artista não deve prosseguir, pois “a conduta praticada é irrelevante para o direito penal”
A artista colombiana Diana Alexandra Palacios Reynel, de 38 anos, que mora em Bonito (MS), foi absolvida “sumariamente” pela Justiça por transformar carcaças de animais atropelados em obras de arte.

Diana se viu na mira da polícia enquanto expunha suas obras em Bonito, em dezembro do ano passado. Após uma denúncia anônima, a PMA (Polícia Militar Ambiental) a encaminhou para a delegacia por suposta prática de crime ambiental. Ela ainda foi multada em R$ 9 mil, e todos os itens comercializados foram apreendidos.
À época, a artista explicou à polícia que não havia matado os animais e que encontrara as carcaças em estradas e rodovias por onde passou durante viagens pelo estado. Desde então, ela tentava se livrar da acusação.
“Foi horrível.”
Diana Alexandra Palacios Reynel.

O Ministério Público Estadual denunciou a artista por entender que a produção e a venda de suas obras configurariam crime ambiental. A 2ª Defensoria Pública de Bonito, no entanto, assumiu o caso. A defensora Thaís Roque Sagin Lazzaroto pediu a rejeição da denúncia — o que acabou sendo acatado pela Justiça.
A absolvição sumária significa que o juiz entendeu que o processo não deve prosseguir, pois “a conduta praticada é irrelevante para o direito penal”.
Diana é reconhecida no município pelo seu talento, tendo, inclusive, participado de eventos públicos com a exibição de suas peças.

Para Diana, o sentimento é de alívio e Justiça:
“Essa absolvição não apaga a dor vivida, mas a nomeia: transforma-a em dignidade recuperada. Significa respirar sem o peso injusto de uma acusação, caminhar sem o estigma de um erro. Posso voltar a olhar o mundo de cabeça erguida, sabendo que resisti, que não me ‘quebrei’ e que agora minha história pode servir para que outras não sejam silenciadas.”
Diana Alexandra Palacios Reynel.
A defensora Thaís Lazzaroto também destacou a importância da decisão judicial:
“Diana tem como objetivo provocar reflexão sobre sustentabilidade, vida e morte na relação entre humanos e natureza. Ela nunca capturou, caçou, matou ou encomendou a morte de qualquer animal. Seu trabalho não explora a fauna — explora a estética, a cultura e a reflexão ambiental.”
Thaís Roque Sagin Lazzaroto.
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