Ex-policial é condenado pela terceira vez por homicídio e tortura em MT

A pena total foi fixada em 44 anos e oito meses de reclusão, além de 40 dias-multa, e deverá ser cumprida em regime fechado.

O ex-policial militar Edvan de Souza Santos foi condenado pela terceira vez pelo Tribunal do Júri de Pontes e Lacerda, a 448 km de Cuiabá, pelos crimes de homicídio qualificado, tortura e roubo. A pena total foi fixada em 44 anos e oito meses de reclusão, além de 40 dias-multa, e deverá ser cumprida em regime fechado, sem possibilidade de recorrer em liberdade. O julgamento ocorreu na última quinta-feira (25).

Ex-policial Edvan de Souza Santos é condenado por homicídio pela 2ª vez.
Terceira condenação: ex-PM ligado a grupo de extermínio recebe 44 anos de prisão. (Foto: reprodução)

Preso desde 2022, Edvan já havia sido condenado em março deste ano, em Rondonópolis, a 25 anos e seis meses de prisão por envolvimento no assassinato da diretora do Serviço de Saneamento Ambiental de Rondonópolis (Sanear) Terezinha Silva de Souza, de 53 anos, no dia 15 de janeiro de 2021.

Já em setembro, ele foi condenado a mais 22 anos e nove meses por outro homicídio em Pontes e Lacerda.

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As investigações apontam que ele integrava um grupo de extermínio atuante em diversas regiões de Mato Grosso, inclusive na fronteira com a Bolívia.

Detalhes do crime

O julgamento desta quinta-feira se baseou em fatos ocorridos em março de 2021, no centro de Pontes e Lacerda. Segundo a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Edvan, acompanhado de dois comparsas não identificados, se apresentou à vítima Ederson Flávio de Castro como policial civil, alegando cumprir um mandado de busca.

O grupo rendeu todos os ocupantes da casa, amarrou-os e levou Ederson para o quintal, onde foi torturado e executado com dois disparos na cabeça.

Durante o crime, Edvan também subtraiu bens da residência, incluindo três armas de fogo e três celulares, pertencentes a Ederson e familiares. Imagens de câmeras de segurança confirmaram que ele seguiu a vítima em via pública movimentada, fugindo em seguida de moto.

A juíza Djéssica Giseli Küntzer destacou que Edvan agiu com consciência e utilizando recursos que dificultaram a defesa da vítima. Além da pena de prisão, a sentença determinou a perda do cargo público do ex-policial.

A promotora de Justiça substituta Clarisse Moraes de Ávila, com apoio do Grupo de Atuação Especial no Tribunal do Júri (GAEJúri), conduziu a acusação. Edvan ainda responde a pelo menos seis outros processos por homicídio, e deverá ser julgado novamente em breve.

Histórico criminal

Ex-integrante do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), Edvan foi alvo da Operação Letífero, deflagrada em janeiro de 2022, que desmantelou um grupo de pistolagem na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia.

As investigações indicam que ele participou de múltiplos assassinatos, atuando em esquema de extermínio e com uso de subterfúgios para dificultar a identificação das vítimas e evitar a prisão.

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