Músico acusado de matar jornalista passa a responder por mais 4 crimes

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) indiciou, por mais quatro crimes, o músico Caio César Nascimento Pereira. Ele é acusado de matar a facadas a ex-namorada e jornalista Vanessa Ricarte, de 42 anos, no dia 12 de fevereiro de 2025. 

Além de feminicídio, Caio deve responder por perseguição, violência psicológica, cárcere privado e divulgação de cena de nudez. A defesa do músico, representado pelo advogado Renato Cavalcante Franco, afirmou à reportagem que só vai se manifestar sobre os novos crimes após o interrogatório. Entretanto, a audiência ainda não tem data definida. 

“Renato Cavalcante Franco, advogado criminalista que atua na qualidade de defesa técnica de Caio, informa que está ciente da decisão proferida pelo Dr. Garcete, juiz, recebendo aditamento à Denúncia feito pelo MP. No caso, após relatório de investigações feitas pelo GAECO, o MP entendeu que há indícios de outros crimes como perseguição, violência psicológica, cárcere privado e divulgação de cena de nudez. Após isso, além do feminicídio, estes crimes passam a integrar a denúncia inicialmente feita. Porém, a Defesa vai fazer enfrentamento em relação aos novos crimes, somente após o interrogatório… e, no momento das alegações finais, onde deverá expor sua opinião jurídica sobre as novas acusações.Por fim, informo que ainda não foi confirmado o dia do interrogatório, mas deve ocorrer em breve, de acordo com a agenda designada pelo magistrado”, afirmou a nota da defesa.

A decisão de acrescentar os novos crimes partiu do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, que tomou como base o relatório do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). O processo está em andamento na 1ª Vara do Tribunal de Júri de Campo Grande.

O crime

Vanessa foi morta com diversos golpes de faca no fim da tarde do dia 12 de fevereiro de 2025. A vítima foi socorrida e encaminhada à Santa Casa, onde morreu horas depois. 

Caio foi preso em flagrante e, desde então, segue na penitenciária à disposição da Justiça. O caso chamou atenção da sociedade, devido às falhas na rede de proteção do estado, uma vez que a jornalista buscou ajuda na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), horas antes de ser morta. 

À época, Vanessa havia sido a primeira vítima de feminicídio do ano em Campo Grande, e a segunda do estado. Atualmente, Mato Grosso do Sul contabiliza 29 mortes pelo crime.