Bicho geográfico: como se proteger desse perigo na areia?
Seja na hora de se divertir ou durante a prática de esportes: é preciso ter atenção com esse parasita
Quem já pegou bicho geográfico, conhece bem a coceira terrível que ele causa na pele. Com a onda de esportes na areia, em Campo Grande, o Primeira Página fala sobre esse parasita e dicas de como se prevenir na hora da diversão.

Marquinha no pé
A praia também é um local propício a ter bicho geográfico, infelizmente. E foi nesse lugar tão gostoso, em 2021, que a Aline Alves, de 27 anos, “pegou” o parasita.
“Eu estava em Arraial D’Ajuda [Bahia], e quando eu fui pegar o voo, na hora que coloquei o tênis, eu senti que meu pé estava coçando. Quando cheguei em Campo Grande, acho que no segundo dia, tomei banho e na hora que eu fui olhar meu pé, ele já estava com essa marquinha”.

A tal marquinha era quase imperceptível. Mas Aline, sempre muito cuidadosa, entrou em contato com uma podóloga, especialista em doenças nos pés. Na consulta, a campo-grandense descobriu que era um bicho geográfico.
O tratamento foi feito com laser e pomada. “O meu deve ter demorado uns 10 dias, e aí depois ele sai inteirinho, mas quando eu fiz o laser e comecei a pomada, ele já parou de coçar. Antes disso, ele coça absurdamente. Tipo, de você acordar de madrugada com ele coçando, sabe?”.
Areia de parques e praças
Há vários parques e praças da capital de MS que têm areia, tanto em quadras como nos parquinhos. Será que eles são bem cuidadas pela prefeitura?

Segundo a Funesp (Fundação Municipal de Esportes), os locais seguem um protocolo de tratamento de desinfecção a cada 3 meses e por etapas. São elas:
- Interdição da área por 3 dias
- Limpeza minuciosa com retirada de folhas, pedras, entre outros
- Aplicação de bolsas de cal virgem
- Prevenção diária para evitar a proliferação de microrganismos nas áreas com areia, tais como o rastelamento e peneiramento diários
- Proibição da entrada de animais domésticos
Bicho geográfico é um parasita!
O dermatologista Guilherme Canho Bittner, que atua em Campo Grande, destaca que para evitar o problema é preciso se atentar à qualidade da areia nos locais onde irá frequentar.
“Se jogam cal na areia, a tendência é eles [bichos] morrerem, então, tem que polvilhar o cal na areia. Os melhores locais de beach tênis, futevôlei e vôlei de areia, possuem esse tipo de conduta”.

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Além do bicho geográfico, existe também o “bicho de pé”. De acordo com o dermatologista, eles são diferentes.
“O bicho geográfico é um parasita (larva migrans cutânea) que vive no intestino de cães e gatos. E quando esses animais evacuem num local arenoso e numa temperatura e um ambiente ideal, ele se desenvolve naquela região de areia, solta ovos; e se você entra em contato com ele, ele consegue penetrar na sua pele causando a doença”.
“O bicho de pé é um inseto e o bicho geográfico é uma larva. O bicho geográfico anda pela pele. O bicho de pé fica parado em apenas um lugar. Ele pode ficar parado, crescer e se desenvolver em um lugar. Ele não fica andando pela pele como o bicho geográfico”.
Ferimento na pele
O dermatologista explica que o parasita causa um ferimento na pele. A lesão é chamada de “serpiginosas”, e formam um tipo de mapa, por isso o nome.
“A tendência é coçar muito, mas o principal sintoma é dor e, geralmente, ele dá mais na sola do pé, como um pontinho branco. A pessoa ainda sente dor quando caminha, anda, ou então quando usa um calçado específico”.
O especialista também destaca as sapatilhas de borrachas que alguns atletas usa na hora de praticar esporte na areia.

“São sim uma forma de proteção e evitam o contato excessivo da pele com a área. A pessoa que utiliza está se protegendo mais do que as pessoas que não utilizam”.
“Peguei bicho geográfico. E agora?”
O tratamento do bicho geográfico, de acordo com o dermatologista, é feito tanto por via oral, com antiparasitários, como também tópico, usando um creme ou pomada.
“Como o bichinho está muito próximo da superfície, como a larva está muito próxima da superfície, um produto também de aplicação local ajuda muito no tratamento.
Pode usar ivermectina?
O médico recomenda o polêmico remédio, mas ele não é tão eficaz para matar o bicho geográfico.
“Ele sozinho não consegue destruir toda a carga de parasitas do organismo. Então a nossa recomendação é que procurem um médico para individualizar o tratamento. A quantidade, o tipo, o peso da pessoa, tudo isso importa no tratamento”.
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