Brasil recebe antídoto para tratar intoxicação de bebidas adulteradas por metanol
Remessa com 2,5 mil doses começou a ser distribuída aos estados com mais casos de intoxicação por bebidas falsificadas
O governo brasileiro recebeu o primeiro lote do antídoto fomepizol, com 2,5 mil doses destinadas ao tratamento de intoxicações por metanol, substância tóxica que vem sendo misturada ilegalmente em bebidas alcoólicas no país.
A chegada do medicamento marca o início de uma resposta nacional às contaminações. De acordo com o Ministerio da Saúde, parte do lote já começou a ser distribuída aos estados, com prioridade para as regiões que registram mais casos.

Segundo o Governo, o Brasil já soma 29 casos confirmados de intoxicação por metanol, a maioria em São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. Ao todo, cinco mortes foram registradas em São Paulo, e outras 12 seguem em investigação em diferentes estados.
Distribuição nacional
A distribuição do antídoto começou por São Paulo, estado com o maior número de casos e mortes por intoxicação. O governo enviou 288 doses para a rede de saúde paulista. Na mesma remessa, também seguiram 120 doses para o Rio de Janeiro, 68 para Pernambuco e 28 para Mato Grosso, 20 para Mato Grosso do Sul, 52 doses para Goiás, entre outros estados.
Confira a lista completa abaixo:
Distribuição do antídoto contra metanol
Quantidade de doses (ampolas) do fomepizol por unidade da federação — 1ª remessa.
| Unidade federativa | Quantidade |
|---|---|
| São Paulo | 288 |
| Minas Gerais | 152 |
| Rio de Janeiro | 120 |
| Bahia | 104 |
| Paraná | 84 |
| Rio Grande do Sul | 80 |
| Pernambuco | 68 |
| Ceará | 64 |
| Pará | 60 |
| Santa Catarina | 56 |
| Goiás | 52 |
| Maranhão | 48 |
| Amazonas | 32 |
| Espírito Santo | 28 |
| Mato Grosso | 28 |
| Paraíba | 28 |
| Alagoas | 24 |
| Piauí | 24 |
| Rio Grande do Norte | 24 |
| Distrito Federal | 20 |
| Mato Grosso do Sul | 20 |
| Acre | 16 |
| Amapá | 16 |
| Rondônia | 16 |
| Roraima | 16 |
| Sergipe | 16 |
| Tocantins | 16 |
Antídoto raro e caro
O fomepizol é um remédio raro, fabricado em pequena escala no mundo todo, e considerado um “medicamento órfão”, usado em situações muito específicas. O Brasil deve comprar ainda, mais 5 mil unidades para manter o tratamento disponível pelos próximos dois anos.
Cada paciente grave pode precisar de até quatro doses do remédio, aplicadas na veia, dependendo do peso e da gravidade da intoxicação. Enquanto o novo antídoto começa a chegar, os hospitais seguem usando etanol farmacêutico, que também age contra o metanol, mas exige aplicação médica e monitoramento constante.

Fiscalização e alerta
O metanol é um álcool altamente tóxico, usado em combustíveis e produtos de limpeza, mas que vem sendo misturado ilegalmente a bebidas alcoólicas para baratear a produção. O consumo causa cegueira, insuficiência renal e pode levar à morte.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começou a treinar 5 mil agentes de vigilância e policiais para reforçar as fiscalizações em fábricas e depósitos clandestinos de bebidas. Segundo o presidente do órgão, Leandro Safatle, o objetivo é preparar as equipes para agir rápido e garantir que as amostras coletadas cheguem aos laboratórios para análise.
As autoridades reforçam o alerta sobre o consumo de bebidas falsificadas ou sem rótulo. O metanol não tem cheiro nem sabor, e os efeitos da intoxicação aparecem rapidamente, como visão embaçada, enjoo e dificuldade para respirar. Quem apresentar esses sinais deve procurar um hospital imediatamente.
Com informações da Agência Brasil





