Assessor de vereador de Rondonópolis suspeito de lavar dinheiro é exonerado e Justiça mantém prisão

João Paulo Lopes da Cruz foi preso durante a Operação Eclipse e trabalhava como assessor do vereador Ary da Costa Campos (PT).

João Paulo Lopes da Cruz teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, após passar por audiência de custódia, nessa terça-feira (30). Ele foi preso durante a Operação eclipse, suspeito de atuar como operador financeiro de uma facção criminosa responsável por lavar dinheiro do tráfico de drogas por meio de empréstimos ilegais com juros abusivos.

Policia prendeu 6 pessoas durante operacao – Foto Policia Civil
Polícia prendeu 6 pessoas durante operação. | Foto: Polícia Civil

Conforme a decisão assinada pelo juiz Leonardo de Araújo Costa Tumiati, João foi encaminhado para a penitenciária, onde receberá acompanhamento médico, por afirmar tomar remédios para dores intensas.

João era assessor do vereador Ary da Costa Campos (PT), de Rondonópolis, mas foi exonerado do cargo pelo presidente da Câmara de Vereadores de Rondonópolis, Paulo Schuh (PL), após pedido do parlamentar.

O Primeira Página tenta localizar a defesa de João Paulo.

Em nota, o vereador Ary Campos afirmou ter total desconhecimento sobre a vida pessoal dos membros de sua equipe e disse que não mantém vínculo fora do ambiente de trabalho com os assessores.

Segundo a manifestação, o gabinete garante que todas as contratações são feitas dentro da legalidade, exigindo documentação completa, incluindo certidões negativas e antecedentes criminais. A assessoria ressaltou que, no momento da contratação, o assessor preso apresentou ficha limpa, sem registros policiais.

Além de João, outras cinco pessoas foram presas durante a operação. Segundo o delegado responsável pelo caso, Bruno Gomes, a Justiça também manteve a prisão de todos.

Esquema de fachada e agiotagem

A célula criminosa tinha como base o município de Água Boa e ramificações em Barra do Garças e Rondonópolis.

De acordo com a investigação, o grupo utilizava uma empresa clandestina chamada “Vale Crédito” para aplicar golpes no comércio local, simulando a oferta de empréstimos. Na prática, tratava-se de agiotagem, com juros elevados, voltada a comerciantes, especialmente de Água Boa. O dinheiro circulava no mercado informal e retornava à facção já “lavado”, com aparência de legalidade.

Ao todo, a Polícia Civil cumpriu 18 ordens judiciais nesta fase da operação: sete mandados de prisão preventiva, sete de busca e apreensão, dois bloqueios de contas bancárias e dois sequestros de bens.

Foram apreendidos, motos e carros, incluindo um veículo de luxo, suspeito de ter sido adquirido com dinheiro do esquema. Também houve o bloqueio de valores em contas bancárias e apreensão de celulares, anotações financeiras e documentos que devem aprofundar o rastreio da atuação do grupo criminoso.

Delegado Bruno Gomes explica como funciona esquema

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