Cacique de MT denuncia envenenamento após esposa e mais 7 pessoas passarem mal
Polícia Civil confirmou o registro da denúncia por envenenamento de água potável, mas por envolver indígenas e ocorrido dentro de uma unidade federal caso foi encaminhado à Polícia Federal
O cacique da Aldeia Palmeira, Adalberto Omnhorowé Odzarana, de Campinapólis, registrou boletim de ocorrência por envenenamento na segunda-feira (7) após sua esposa e outras pessoas sete pessoas, que estavam em atendimento na enfermaria da Casai (Casa de Saúde Indígena), passarem mal.

A Polícia Civil confirmou o registro da denúncia por envenenamento de água potável, mas por envolver indígenas e ocorrido dentro de uma unidade federal, o delegado de Campinápolis, Adriano Cavalheri, encaminhou a ocorrência para à Polícia Federal de Barra do Garças, “para análise e apuração de possível crime de genocídio contra membros da etnia Xavante”.
A redação entrou em contato com a Polícia Federal, mas até a publicação da matéria não obteve retorno. Também entramos em contato com a Sesai (Secretaria de Saúde Indígena), mas até o momento a pasta não se manifestou sobre a denúncia.
Relato do cacique
De acordo com o cacique, o caso aconteceu na noite do dia 27 de julho, quando ele e a esposa eram atendidos na unidade de saúde. Ele relatou que a enfermeira de plantão entregou, por volta das 20h, um comprimido com um copo com água para sua esposa.
Em seguida, ela sentiu um cheiro forte de água sanitária e questionou a enfermeira se era veneno. Depois, ela levou o restante do líquido para o marido, que sentiu o cheiro de água sanitária.
O cacique conta que deu o copo com a água para o técnico de enfermagem que estava no local e pediu para ele beber. Mas, segundo o cacique, o profissional cheirou o líquido, disse que era água sanitária e jogou.
Além da sua esposa, outras sete mulheres beberam o líquido, que estaria com água sanitária, e todas passaram mal, sentindo dores abdominais e vômitos.
Segundo Adalberto, duas pacientes foram encaminhadas para o Hospital Municipal e posteriormente para o Hospital Regional de Água Boa, sendo uma gestante e uma idosa.
Ainda segundo as informações relatadas no boletim pelo cacique, a gestante teria perdido o bebê e a idosa foi encaminhada para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), após a ingestão do líquido.
A redação entrou em contato com a SES (Secretaria Estadual de Saúde) que informou que o Hospital Regional de Água Boa é gerido pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde da região. Já o hospital informou que não tem informações sobre o caso.
O líder indígena ainda ressaltou que a sua mulher até hoje sente dores abdominais e tem dificuldade para se alimentar.




