Comoção marca enterro de Isadora, morta um dia antes dos 11 anos

O sepultamento de Isadora, brutalmente assassinada um dia antes de completar 11 anos, foi marcado por comoção e indignação. Professores da menina, parentes e até os policiais que atenderam a ocorrência foram até o cemitério Santo Amaro, onde a menina foi sepultada na manhã desta terça-feira (13).

“Uma atrocidade, uma monstruosidade. Eu nunca imaginei na minha vida que ia passar por isso”, declarou o professor João Gael que, desde março dava aulas de teatro para a menina. “Uma criança quietinha, engajada, que gostava de participar das aulas”.

Segundo o professor, a menina era reservada e não costumava falar sobre a vida pessoal. “Ela só era às vezes meio deprimidinha, ficava sozinha num canto às vezes, mas eu sempre procurava estar incentivando para ela participar igualmente com os colegas e ela participava”.

Outra professora da menina, Ana Cláudia de Paula, lembra de ter sido acordada com a notícia. “Foi muito chocante”, diz. “A gente não acredita que aconteceu isso com uma criança de 11 anos. Todo mundo tá muito abalado, todos os professores que atendiam ela. A gente ainda não está acreditando no que fizeram com essa criança. Nenhuma criança deve passar por isso. Sou mãe, muitos aqui são mães, pais. É como se fosse nossa filha”, lamenta, reforçando que Isadora era uma criança muito carinhosa. “A gente não acredita no que fizeram com ela. Foi crueldade demais”.

Crime bárbaro

Deixada em casa sozinha com os irmãos de 3 e menos de um ano de idade, Isadora morreu após ser violentada, na noite de domingo (11), no bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande.

Com sinais de estupro, a criança foi encontrada pela mãe ensanguentada e com o rosto muito ferido. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a mulher havia deixado os filhos sozinhos, no período da tarde, e saído para beber. Quando voltou para casa, encontrou a vítima caída no chão da cozinha. As outras crianças estavam no quarto.

Socorristas chegaram a atender a menina por cerca de uma hora, mas ela não resistiu. Segundo apurado, a criança apresentava sinais de agressão e violência sexual. Visivelmente embriagada, a mãe das crianças foi presa em flagrante pela Polícia Militar por abandono de incapaz.

O suspeito pelo crime, Maykon Araujo Pereira, de 31 anos, foi preso menos de 24 horas depois e confessou ter agredido a criança.

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