Filho retirou mãe deficiente visual de barraco durante fogo na Favela do Mandela
Dona Hercilia Aparecida da Silva conversou com a reportagem e falou sobre o alívio de estar viva, mesmo tendo perdido tudo em casa
A correria durante incêndio na comunidade “Favela do Mandela”, em Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (16), não foi apenas para retirar o que estava dentro de casa antes de o fogo se alastrar. Moradores também tiveram de agir rápido para não perder a vida.
É o caso do Alex Marino de Oliveira, de 38 anos. Mesmo vendo o fogo aumentar, o morador não pensou duas vezes e se arriscou para salvar a mãe, deficiente visual.
“Fui comprar pão para minha mãe e, quando voltei, já tinha fumaça. Só deu tempo de tirar minha mãe e os bichinhos de estimação”, afirmou à reportagem.
Resgatada, dona Hercilia Aparecida da Silva, de 64 anos, agora sente o alívio de o filho ter chegado a tempo, mas não esconde a indignação pela demora do Corpo de Bombeiros, conforme denunciaram os moradores.
“Esse fogo pegou há duas ou três horas, por quê o bombeiro não apareceu? Porque aqui é favela, aqui mora ‘os favelados’. Se fosse em condomínio fechado, duvido, todos os bombeiros estavam lá. Mas, aqui não, aqui só tem favelado, inclusive, eu, velha, cega e favelada”.
Alex reforçou a demora. “Chamaram os bombeiros, só chegaram quando metade da favela já tinha pegado fogo. Já não tinha nada, o nada que eu tinha, o fogo consumiu. Fé em Deus, vamos lutar de novo”.
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Sobre a atitude do filho, Hercília é só gratidão. “Perdi tudo, só não perdi minha vida, graças a Deus e ao meu filho. Eu sou deficiente visual, se ele não estivesse em casa, como é que eu ia saber sair? A hora que o fogo entrasse, pra onde eu ia? Morrer torrada”, afirmou emocionada.
O que diz o Corpo de Bombeiros?
De acordo com o tenente-coronel Cezar, dos bombeiros, uma pessoa que inalou muita fumaça foi atendida e encaminhada para unidade de saúde, porém, sem gravidade.
O porta-voz também falou sobre a reclamação dos moradores sobre a demora no atendimento e deu detalhes do trabalho dos militares, no local. Ouça o áudio abaixo:
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