Luxo e ostentação: 10 suspeitos de lavar dinheiro de esquema têm R$ 13 milhões bloqueados cada
Decisão revela rede milionária de imóveis, carros e empresas de fachada usada por criminosos para lavar dinheiro do tráfico, apostas e golpes
A Justiça de Mato Grosso determinou o bloqueio de até R$ 13,3 milhões em bens, imóveis e contas bancárias por cada um dos 10 investigados na Operação Ludus Sordidus, deflagrada pela Polícia Civil nesta quinta-feira (21) em Cuiabá. A medida atinge oito imóveis, 12 contas bancárias e empresas ligadas aos suspeitos, em um esquema de lavagem que movimentava cifras milionárias incompatíveis com a renda declarada.
Segundo a decisão, os alvos ostentavam imóveis de luxo em bairros nobres de Cuiabá, como salas comerciais e apartamentos em condomínios fechados, além de casas em áreas populares que funcionavam como fachada. Para dar aparência de legalidade ao dinheiro ilícito, também utilizavam empresas de fachada, como a Paulo Silva Soluções Administrativas Ltda, apontada como braço financeiro do grupo.

Fortuna travada
O juiz responsável destacou que cada integrante da facção teria movimentado valores expressivos em um curto período de tempo. O bloqueio milionário tem como objetivo evitar que a fortuna acumulada com atividades ilegais seja transferida ou dilapidada antes do fim do processo. “O braço financeiro sustenta a manutenção da organização criminosa”, registrou na decisão.
Além de carros de alto padrão e imóveis, os líderes exibiam ostentação nas redes sociais, com viagens internacionais, festas de luxo e até participação em um cruzeiro promovido pelo jogador Neymar, conforme constatado nas investigações.

Ostentação e fachada social
Segundo a decisão, que resultou na operação, o suposto chefe do esquema, Sebastião Lauze Queiroz de Amorim, conhecido como “Vovô Dandão”, é suspeito de usar a presidência do SN Futebol Clube, time amador de Cuiabá, e projetos sociais em bairros como Osmar Cabral e Jardim Liberdade para ampliar sua influência. O futebol e as ações comunitárias funcionavam como fachada para encobrir o dinheiro do tráfico, dos estelionatos e das apostas ilegais.
O irmão dele, João Bosco Queiroz de Amorim, também integrava o grupo e chegou a ser alvo de prisão preventiva. Ele morreu em confronto com a polícia durante o cumprimento dos mandados nesta quinta-feira.
Influência e intimidação
Entre os demais alvos, está Ozias Rodrigues, o “Shelby”, já investigado em outras operações e conhecido por intimidar políticos. Em 2024, ele teria interrompido uma reunião de pré-campanha no Jardim Liberdade sob ameaças, em apoio à irmã, então pré-candidata a vereadora.
Outro investigado é Dainey Aparecido da Costa, o “Playboy” ou “Deniz Bet”, influenciador digital que ostentava vida de luxo nas redes sociais e já havia sido preso por tráfico de drogas. Seu estilo chamava atenção por festas, viagens e a exibição constante de riqueza incompatível com seus rendimentos.
Também está na lista Renan Curvo da Costa, que ocupava o cargo de gerente de uma unidade de saúde em Várzea Grande enquanto mantinha vínculos com apostas ilegais.

Operação
No total, a Operação Ludus Sordidus cumpriu 10 mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão, além do sequestro de imóveis e bloqueio de contas. O patrimônio travado pode ultrapassar R$ 133 milhões, considerando o limite de R$ 13,3 milhões por investigado.
Um dos alvos, Weberton Pedro da Silva, segue foragido.
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