Operação da PF bloqueia 8,4 mil hectares de terras griladas em MS

A investigação teve início após os incêndios que devastaram áreas do bioma em 2024

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (7) a segunda fase da Operação Prometeu, com foco no combate a crimes ambientais e de grilagem de terras da União no Pantanal sul-mato-grossense. Foram bloqueados 8,4 mil hectares de área griladas em MS. Grilagem de terras é o termo usado para a prática de tomar posse de terras públicas ou de terceiros de maneira ilegal.

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Operação da PF nesta terça-feira (7) | (Jaderson Moreira)

A investigação teve início após os incêndios que devastaram áreas do bioma em 2024. Na primeira fase da operação, a PF cumpriu mandados expedidos pela Justiça Federal de Corumbá e identificou que duas fazendas atingidas pelo fogo eram alvo recorrente de queimadas criminosas, seguidas por tentativas de ocupação irregular.

Com a análise de documentos apreendidos, celulares, movimentações financeiras e oitivas de testemunhas, os investigadores descobriram a atuação de um grupo criminoso estruturado, responsável por transformar ilegalmente 6.419 hectares de terras públicas em fazendas particulares.

Servidores envolvidos e bloqueios

O esquema contava com a participação de servidores do Incra e da prefeitura de Corumbá, que, segundo a PF, criaram empresas paralelas para vender “serviços” de regularização fundiária em áreas sem qualquer direito de titulação.

Com base nas novas provas, a Justiça Federal determinou nesta fase o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão, além do sequestro de cinco fazendas e dois lotes rurais, totalizando 8.487 hectares bloqueados.

Também foi decretado o bloqueio de até R$ 1 milhão em bens pessoais dos investigados e a suspensão de quatro servidores públicos de suas funções, três ligados ao órgão fundiário municipal e um ao Incra.

Operação Prometeu

A operação reforça a integração entre órgãos federais. Após a primeira fase, o Ministério Público Federal e a Advocacia-Geral da União ingressaram com ação civil pública que levou ao bloqueio de R$ 212 milhões em patrimônio dos investigados, valor destinado à recomposição ambiental das áreas degradadas.

Os suspeitos poderão responder por crimes de incêndio em mata ou floresta, desmatamento em terras públicas, grilagem, falsidade ideológica, associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva.

A operação foi batizada de Prometeu em alusão ao personagem da mitologia grega que roubou o fogo dos deuses e o entregou aos homens, sendo castigado por seu mau uso. A PF destaca que o nome remete ao uso criminoso do fogo no Pantanal como prática de avanço da pecuária sobre áreas protegidas.

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