Sete são presos por cobrar “taxa do crime” de lojistas em Rondonópolis

Os detidos, ligados a uma facção criminosa, exigiam pagamentos mensais sob ameaças de morte, cobrando uma suposta “taxa sobre o faturamento” dos estabelecimentos.

Sete pessoas foram presas nesta quinta-feira (31) durante a Operação Vultus Legis, deflagrada pela Polícia Civil para desmantelar um esquema criminoso de extorsão que aterrorizava comerciantes em Rondonópolis (MT). Os detidos, ligados a uma facção criminosa, exigiam pagamentos mensais sob ameaças de morte, cobrando uma suposta “taxa sobre o faturamento” dos estabelecimentos.

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Operação mira facção que ameaçava comerciantes em MT; mandados são cumpridos em 3 cidades. (Foto: PJC-MT)

Além das prisões preventivas, a operação cumpre 28 ordens judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão, quebras de sigilo telemático e bloqueio de contas bancárias com valores que somam R$ 86 mil. As ações ocorreram em Rondonópolis, Cuiabá e Aracaju (SE), com apoio da Polícia Civil de Sergipe.

Comerciantes coagidos com ameaças diretas

O esquema envolvia líderes da facção já presos, operadores em liberdade e intermediários que atuavam como “laranjas” para o recebimento dos valores — transferidos via Pix ou em espécie. Os criminosos usavam perfis falsos no WhatsApp, e o mentor do grupo, mesmo preso, aparecia em vídeos exigindo os pagamentos, alegando tratar-se de um novo “projeto” da facção.

As vítimas eram comerciantes dos setores de celulares, tabacarias e distribuidoras. A cobrança da “taxa” era feita com base em notas fiscais de compra e venda, sob o argumento de que a organização criminosa controlava o “setor de contrabando e sonegação”.

Faccionados locais, incluindo menores de idade, eram designados para visitar os estabelecimentos, ameaçar comerciantes e recolher os valores pessoalmente. Muitos comerciantes relataram problemas de saúde graves, como infartos e AVCs, além de fechar as portas por medo.

Expansão do crime e reincidência de presos

Segundo a Polícia Civil, o esquema inicialmente operava em Várzea Grande, mas se expandiu para Rondonópolis com apoio de lideranças locais. Dois dos presos já haviam sido alvos da Operação A César o que é de César, deflagrada em fevereiro, também por extorsão contra comerciantes.

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