“Taxa de proteção”: facção extorquia comerciantes e lavava dinheiro em MT

Ao todo, foram expedidos 30 mandados judiciais, sendo 12 de busca e apreensão, 7 de prisão preventiva e 11 de bloqueio de bens.

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta terça-feira (23) a Operação Scutum Viperae, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por tráfico de drogas e extorsões a comerciantes em Campo Verde.

Ao todo, foram expedidos 30 mandados judiciais, sendo 12 de busca e apreensão, 7 de prisão preventiva e 11 de bloqueio de bens. As ordens foram cumpridas nos municípios de Campo Verde, Jaciara e Acorizal.

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Grupo criminoso arrecadava até R$ 20 mil em apenas 9 dias em Campo Verde. (Foto: PJC-MT)

As medidas foram autorizadas pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO) da Comarca de Cuiabá, com base em investigações conduzidas pela Delegacia de Campo Verde.

Extorsões e movimentação financeira

De acordo com a apuração, o grupo cobrava de comerciantes locais valores que variavam de R$ 100 a R$ 600 mensais sob o pretexto de proteção. As quantias eram transferidas via Pix ou depósitos em dinheiro para as contas dos suspeitos, que rapidamente repassavam o montante para as esposas, incluindo a do homem apontado como líder da organização.

O delegado Philipe de Paula da Silva Pinho informou que a Justiça determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 277 mil em 11 contas bancárias, valor que corresponde à movimentação registrada entre janeiro e março deste ano. Em apenas nove dias, os criminosos chegaram a arrecadar R$ 20 mil em pagamentos ilícitos.

Crimes praticados

Além da extorsão, o grupo atuava de forma estruturada no tráfico de drogas, com divisão de funções que incluíam armazenamento, transporte e comercialização. Também mantinham o controle sobre estoques de entorpecentes de traficantes devedores e aplicavam punições violentas aos que não cumpriam os acordos.

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Facção cobrava até R$ 600 de comerciantes para evitar violência em MT. (Foto: PJC-MT)

Em um dos casos apurados, em 1º de março, uma vítima foi rendida e levada até um ponto de tráfico, onde sofreu violência física e psicológica em um “salve” imposto pelo grupo por ter atrasado o pagamento da taxa exigida.

Ação integrada

A operação foi coordenada pela Delegacia de Campo Verde e contou com o apoio de equipes das Diretorias do Interior e de Atividades Especiais, além da Delegacia Regional de Primavera do Leste. Entre os alvos estão homens e mulheres apontados como integrantes ativos da facção.

Nome da operação

“Scutum Viperae”, expressão em latim que significa “Escudo de Víbora”, foi o nome escolhido para simbolizar a ação.

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