Thácia Paula: Dia das Mães marcado pela violência do feminicídio

O Dia das Mães, que deveria ser de celebração e afeto, se transformou em dor para a família de Thácia Paula Ramos de Souza, de 39 anos. Desaparecida desde o dia 11 de maio, Thácia teve o corpo encontrado três dias depois, no rio Aporé, em Cassilândia, município a 406 km de Campo Grande.

No domingo, enquanto as famílias trocavam abraços e mensagens de carinho, o filho de Thácia percebeu que a mãe não respondia às suas mensagens. Uma amiga dela recebeu apenas um “obrigado” como retorno às felicitações.

“Esse homem era um demônio. Ficava ligando para ela de vídeo, monitorando. O domingo inteirinho ele passou sem entrar em contato com a família”, alegou um familiar à reportagem, que preferiu não se identificar.

No último fim de semana de Thácia, ela e o criminoso estiveram presentes no “Baile do Queijo e Vinho”, em Cassilândia, onde testemunhas presenciaram uma discussão motivada por ciúmes.

Após a festa, Thácia desapareceu. Desesperada, a mãe dela registrou o desaparecimento na delegacia. Horas depois, o suspeito compareceu à unidade policial, alegando que havia deixado a esposa na entrada da cidade.

Equipes do Corpo de Bombeiros encontraram sapatos, um brinco e manchas de sangue às margens do rio Aporé, sinais da violência ocorrida. Na manhã de quarta-feira, 14 de maio, o corpo de Thácia foi localizado nas águas do rio.

Informalmente, o homem confessou que agrediu a esposa dentro do veículo e a levou para um local isolado, continuando a agressão até que ela caiu no rio. O veículo dele também apresentou vestígios do crime.

Inicialmente investigado como desaparecimento, o caso passou a ser tratado como feminicídio, e a prisão preventiva de Andreyko Vannutty de Assis Machado, de 43 anos, foi decretada.

Mato Grosso do Sul já registra 22 feminicídios em 2025, e a história de Thácia reforça a urgência de combater a violência doméstica, especialmente nos casos em que ciúmes e controle se transformam em ameaça real à vida.

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Violência doméstica, seja psicológica, física, moral ou verbal, é crime e precisa ser combatida. Saiba como denunciar:

• Emergência: se a agressão estiver acontecendo, ligue 190 imediatamente;

• Central de denúncias: disque 180. O atendimento é gratuito, sigiloso e funciona 24 horas por dia, todos os dias. Também é possível denunciar via WhatsApp: (61) 9610-0180;

• Presencial: procure a delegacia mais próxima ou acione a Polícia Militar pelo 190;

Em Mato Grosso do Sul, as denúncias de violência de gênero podem ser feitas de maneira on-line. Clique aqui e faça a denúncia.

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