Veículos usados por PM para vigiar e fugir após morte de personal são apreendidos em MT

A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apreendeu, nesta segunda-feira (29), dois veículos diretamente ligados ao assassinato da personal trainer Rozeli da Costa Souza Nunes, de 38 anos, em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá. A ação faz parte da segunda fase da Operação Moeda de Sangue 2, deflagrada em Rosário Oeste (MT).

Foram recolhidos o carro utilizado na fuga do soldado da PM Raylton Duarte Mourão após a execução e a motocicleta usada pelo militar para monitorar a vítima dias antes do crime.

Durante a operação, os policiais também tiveram acesso a novas imagens de câmeras de segurança, que mostram Raylton circulando em frente à residência de Rozeli no dia 14 de setembro, acompanhando os movimentos da vítima e reforçando a suspeita de que ele planejou cada detalhe antes e depois do homicídio.

O crime

Rozeli foi assassinada na manhã do último dia 11 de setembro, no bairro Cohab Canelas, em Várzea Grande. Ela saía de casa em direção à academia onde trabalhava quando foi surpreendida por dois homens em uma motocicleta. O passageiro efetuou pelo menos seis disparos, sem dar chance de defesa.

A personal deixou dois filhos, de 6 e 12 anos, que estavam dormindo no momento da execução. O marido, caminhoneiro, estava em viagem a Sorriso.

Prisões e investigações

O soldado, apontado como principal suspeito do crime, se entregou no dia 21 de setembro no 1º Batalhão da Polícia Militar, onde estava lotado.

A esposa do militar, Aline Valandro Kounz, chegou a ter prisão decretada, mas foi liberada após a polícia descartar a participação direta dela no crime. Segundo a investigação, ela fugiu apenas a pedido do marido.

Na primeira fase da operação, a polícia já havia cumprido mandados de busca na casa do casal, localizando apenas a arma funcional do PM. Os agentes também constataram que o sistema de câmeras da residência havia sido removido.

Possível motivação

As investigações apontam que o crime pode estar relacionado a um processo judicial envolvendo Rozeli e Raylton, decorrente de um acidente de trânsito com um caminhão de uma empresa de distribuição de água supostamente ligada ao militar.

Familiares relataram que Rozeli vinha recebendo ameaças indiretas antes de ser morta. A polícia agora trabalha para identificar o segundo homem que aparece nas imagens executando os disparos.

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