"Vidente": presa por participar de furto a banco fez post sobre entrar para o crime em dezembro

O quanto uma brincadeira no Facebook pode dizer sobre você? Para Rayane Wellen da Silva, de 26 anos, presa por participar da tentativa de furto a um banco de Jaraguari – cidade a 55 quilômetros de Campo Grande – o jogo de “adivinhação” na rede social não só “acertou” o futuro dela. Para a polícia, revelou que a intenção em participar do crime vai muito além do que ela confessa.

A publicação foi feita no dia 9 de dezembro. Na previsão do jogo, o destino de Rayane no fim de 2021 era a cadeia. Ao compartilhar o resultado, ela comentou: “acho que vou desistir do plano de assaltar o banco ou estourar aquele caixa eletrônico, já deu ruim”.

De fato, no sábado (5), a mulher acabou detida pelo Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) como integrante de uma quadrilha de Santa Catarina especializada em assaltos a bancos. Em Mato Grosso do Sul, o grupo ainda é apontado como o responsável por arrombar o caixa eletrônico de uma agência bancária da Capital e levar R$ 50 mil.

Dessa vez, os assaltantes não conseguiram abrir o terminal a tempo. Leandro Marcio Pupp e Valtemir Gonçalves Hoss Emer, de 43 e 29 anos, foram presos dentro da agência bancária. Outros três envolvidos, entre eles o “gerente” da quadrilha, acabaram detidos horas depois em uma residência do Jardim Tijuca.

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Rayane era a dona da casa em que os homens ficaram hospedados assim que chegaram em Campo Grande. Quando foram ao local, os policiais encontraram ferramentas geralmente usadas no furto em um dos cômodos.

Presa em flagrante, a jovem disse que na semana passada conheceu um dos ladrões na boate em que trabalha na Capital. O homem se apresentou como Pedro e depois de alguns dias de conversa por mensagens, ele contou que era assaltante de banco, que precisava de um lugar para ficar até o crime e ofereceu R$ 5 mil pela hospedagem.

Ela aceitou. Depois disso, Pedro e os dois amigos passaram a ficar em sua casa. Na sexta-feira, saíram e avisaram que daquela vez o furto “ia dar certo”. Os hóspedes só voltaram mais tarde, acompanhados das equipes da delegacia especializada.

Conforme apurado pela reportagem, Rayane trabalhava como representante comercial, mas para complementar a renda também fazia programas sexuais. Nas redes sociais era acostumada a postar memes sobre a necessidade de dinheiro. Por lá, também anunciou o sonho de voltar a estudar e o início em um curso técnico de Investigação e Perícia Criminal no mês passado.

Agora, no entanto, está presa preventivamente. Na audiência de custódia, o advogado dela defendeu que ela responda em liberdade, mas o juiz Albino Coimbra decidiu converter o flagrante em preventiva, em nome da “garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e aplicação da lei penal”.

Foi dado prazo de cinco dias para os advogados apresentarem comprovação de trabalho lícito por parte da mulher, para futura análise de concessão de liberdade.

O Primeira Página não conseguiu contato com o defensor.

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